O grupo da Profa Bartira Rossi Bergmann tem uma vasta gama de interesses nas áreas de Parasitologia, Imunologia e Nanotecnologia convergindo para pesquisas em vacinas e quimioterapias da leishmaniose. O trabalho tem sido financiado por agências públicas de fomento (CNPq, FAPERJ, CAPES) e empresas farmacêuticas (Aché, GSK, Sanofi).

PRINCIPAIS LINHAS DE PESQUISA:

1) Novas estratégias de vacinação contra a leishmaniose: Vacinas de mucosa e nanobiotecnologia.

O Laboratório de Imunofarmacologia  tem investido em vacinas tolerogênicas de mucosa contra as diferentes formas de leishmaniose, e seu aprimoramento nano e microtecnológico. Ao contrário das vacinas convencionais injetáveis que buscam potencializar a imunogenicidade de determinados antígenos, a estratégia tolerogênica visa impedir uma rápida resposta imune deletéria predominante no ato da infecção, permitindo a expansão de uma resposta protetora mais eficiente.

Pela particularidade tolerogênica do sistema imune de mucosas, várias vacinas antileishmaniais que antes se mostraram contra-protetoras por via subcutânea ou intramuscular resultaram protetoras quando administradas por via oral ou nasal. Além de antígenos purificados, como o antígeno total de Leishmania amazonensis, o lipofosfoglicano e serino proteases, vacinas gênicas na forma de plasmídeo bacteriano ou plantas transgênicas expressando o antígeno LACK foram empregadas em roedores com sucesso.  Ferramentas nanotecnológicas como partículas catiônicas mucoadesivas produzidas pelo grupo da Dra Maria Inês Ré (IPT e École de Mines-França) têm sido empregadas pelo grupo para proteger e potencializar a captação do plasmídeo pela mucosa nasal.  Além de não serem injetáveis, as vacinas de mucosa têm como vantagem o fato de não induzirem hipersensibilidade cutânea, o que deverá contribuir para sua melhor aceitação.

Atualmente o grupo busca determinar: 1) o mecanismo imunológico protetor das vacinas de mucosas com ênfase nas células T regs; 2) o papel do retinol da dieta na eficácia vacinal; e 3) o uso de nanopartículas contendo o ácido all-trans retinóico como adjuvante vacinal, colaboração com o grupo do Prof Lucas Ferreira (UFMG).

2) Novas estratégias de quimioterapia da leishmaniose: Sistemas micro e nanoestruturados de entrega de fármacos.

Em uma tentativa de suprir a grande deficiência dos atuais tratamentos disponíveis para as leishmanioses, particularmente os de uso tópico e oral, o Laboratório de Imunofarmacologia chefiado pela Profa Bartira Rossi Bergmann  vem investindo na descoberta de novos antileishmaniais e seu aprimoramento por meio de ferramentas nanotecnológicas.

Dentre os novos fármacos destacam-se a quercetina, um sub-produto do extrato ativo da planta Kalanchoe pinnata, e os análogos sintéticos de uma chalcona isolada da planta Piper aduncum. Seus mecanismos imunomoduladores e antiparasitários têm sido amplamente estudados em modelos de células e de roedores.  Visando uma terapia mais controlada, os alvos moleculares das chalconas estão sendo identificados por meio de sondas químicas construídas em colaboração com o  Prof Patrick Steel  da Durham University na Inglaterra.

A alta lipofilicidade dos novos fármacos tem permitido uma eficiente incorporação em diferentes sistemas poliméricos e lipídicos para uma maior permeação cutânea e intestinal, liberação subcutânea controlada, e melhor direcionamento e captação pelas células infectadas. Dentre os nanossistemas incorporados com sucesso incluem-se lipossomas ultradeformáveis, dendrímeros PAMAM, ciclodextrinas, nano e micropartículas poliméricas, e nanocápsulas de núcleo lipídico. Além disso, dado o alto grau de cristalização das chalconas ativas, nanocristais e microcristais estão sendo produzidos por nanomoagem e  fluido supercrítico, respectivamente, de forma a melhorar tanto os processos de encapsulamento como sua solubilidade aquosa.

Por seu caráter multidisciplinar, a pesquisa envolve a interação com grupos de pesquisa nas áreas de química, engenharia química, física e farmácia de diferentes Instituições além da UFRJ, como UFRGS, UNICAMP, École des Mines, IPT, UFMG, USP e UFBA.  Os projetos têm recebido financiamento de empresas como Aché, GSK e Sanofi Aventis.

EQUIPE:

Chefe do Laboratório
Bartira Rossi Bergmann 

Pós-Doutorandos
Wallace Pacienza Lima
Milene Valéria Lopes

Doutorandos
Ariane de Jesus Souza Batista
Izabella Pereira da S. Bezerra
Natália de Arruda Costa
Douglas Escrivani de Oliveira   

Iniciação Científica
Júlia Gama de Azevedo
Eduardo Rodrigues Pereira
Maria Paula Gonçalves Borsodi
Marina Amaral Abib

Técnicos
Felipe Carvalho Gondim
Eliane Nascimento e Silva

PROGRAMA: 
Imunobiologia