As linhas de pesquisa do Laboratório de Entomologia Médica são:

- Mecanismos envolvidos na mediação inseto parasita hospedeiro;
- Regulação do processo endocítico por mediadores locais em insetos;
- Caracterização de enzimas durante a embriogênese de insetos.

O Laboratório de Entomologia Médica foi criado na década de 80, a partir da incorporação do quadro de professores do Departamento de Parasitologia ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, compondo o Programa de Parasitologia e Biologia Celular. O Laboratório de Entomologia Médica loi chefiado pelo Prof. Reginaldo Peçanha até1994, quando se transferiu para Instituto Renné Rachaut de Belo Horizonte-MG. Posteriormente, a Professora Suzete Bressan Nascimento passou a coordenar o laboratório e criou uma nova linha de pesquisa voltada para o estudo da Biologia de grupos de insetos de interesse econômico e social. No primeiro grupo de insetos incluem-se dípteros, da família Tephritidae, os quais atacam frutos e os dípteros da família Calliphoridae, as moscas causadoras das Miíases no homem. O segundo grupo de interesse e a barata Periplaneta americana, uma praga dos centros urbanos. Interessamos-nos, principalmente, pelo desenvolvimento de técnicas de criação em laboratório desses insetos objetivando estabelecer métodos eficientes de controle e/ou monitoramento dentro da estratégia do Controle Biológico. Dentro da linha de desenvolvimento das técnicas de criação de insetos em laboratório, algumas espécies de insetos foram produzidas:

Anastrepha obliqua e Ceratitis capitata (moscas-dasfrutas), e os himenópteros, Evania appendigaster e Aprostocetus hagenowii vespas parasitas de ooteca de baratas. Na linha de desenvolvimento de métodos de controle e monitoramento dos insetos é de nosso interesse entender os mecanismos envolvidos na mediação inseto parasita e seu hospedeiro.

Em 1999, com a chegada de um novo professor Ednildo Alcantara Machado, no vas linhas de pesquisas foram estabelecidas. A primeira linha refere-se ao estudo da participação de moduladores locais no controle da endocitose em insetos.

O modelo de estudo de endocitose é a incorporação das proteínas de vitelo (reserva) pelos ovos do barbeiro Rhodnius prolixus (um dos vetores da doença de Chagas). O acúmulo destas proteínas nos insetos apresenta importante controle hormonal, principalmente por hormônios produzidos fora do ovário. Neste sentido, nosso laboratório demonstrou que mediadores locais como os eicosanóides (ácidos graxos poliinsaturados de 20 carbonos), produzidos pelos ovários, participam ativamente no controle da endocitose, e conseqüentemente controlando também a formação dos ovos em Rhodnius prolixus.

Entre os eicosanóides temos os dois principais grupos originados do Ácido Araquidônico (AA) que são os derivados das ciclooxigenases (prostaglandinas e tromboxanos), e das lipoxigenases (leucotrienos e lipoxinas). Nosso laboratório demonstrou que os derivados da via das ciclooxigenases (particularmente as PGs) atuam como efetores negativos do processo endocítico nos ovócitos de Rhodnius prolixus, enquanto que os derivados das lipooxigenases atuam como efetores positivos no controle deste processo. Mais recentemente evidenciamos que o controle do processo endocítico envolve a fosforilação de proteínas dos ovários, e também a participação de mensageiros secundários, como o AMPc (adenosina monofosfatocíclica). Portanto, compreendendo melhor a regulação do processo de captação de proteínas pelos ovócitos dos insetos, poderemos entender um importante aspecto da reprodução destes animais.

A segunda linha do professor Ednildo começou em 2001, e consiste no estudo das enzimas que participam da mobilização de vitelo durante a embriogênese dos insetos, utilizando como modelos experimentais o barbeiro R. prolixus, a barata Periplaneta americana e o mosquito Aedes aegypti. Neste sentido, o nosso laboratório tem caracterizado pirofosfatases associadas a membranas de grânulos de vitelos (organelas que estocam as proteínas de vitelo), que participam ativamente da acidificação destas organelas durante a embriogênese dos insetos. Esta acidificação é importante para ativação de hidrolases presentes nestes grânulos que irão promover sua autodigestão, fornecendo assim metabólitos para a nutrição do embrião.

Paralelamente, estamos caracterizando, também, fosfatases ácidas presentes nestes grânulos que também participariam ativamente do processo de mobilização de vitelo. Portanto, a caracterização das enzimas envolvidas com a mobilização de vitelo nos insetos, possibilitará a melhor compreensão da formação do embrião destes animais.


Equipe

Chefe de Laboratório
Ednildo Alcantara Machado

Docentes
Suzete Bressan

Norton Heise

Ana Cristina Bahia Nascimento

Pós-doutorando
Fabio Mendonça Gomes

Doutorandos
Géssica de Sousa;

Danielle Bertino Grimaldi

Youssef Sade

Carolina Koeller

Iniciação científica
Suellen Saraiva

Ilana Cytryn

Lucia Zuniga

Anna Karla Almeida Silveira

Técnicos
Danielle Carvalho

Diogo Gama


Programa
Biologia Celular e Parasitologia

Chefe do laboratório
Ednildo de Alcantara Machado - Associado